Falsa Devoção à Divina Misericórdia Propagada pela Irmã Faustina
- Apostoli Christi
- 17 de abr. de 2020
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Atualizado: 16 de jun.

Apesar de ser uma devoção conhecida e praticada nos tempos atuais, é algo que não deve ser praticado. É importante saber que:
O Papa Pio XII colocou essa devoção, incluindo aparições e escritos da Irmã Faustina em Librorum Prohibitorum Index (Índice de Livros Proibidos) considerando que seu conteúdo poderia levar os católicos ao erro. Somente depois do Vaticano II é que esta falsa devoção foi reabilitada, pelo Papa João Paulo II, em todo o mundo.
No diário escrito pela Irmã Faustina Kowalski, pode-se encontrar vários erros doutrinários que demonstram que esta devoção e aparições não vêm de Deus.
A característica de qualquer místico verdadeiro que recebeu graças sobrenaturais é sempre de humildade profunda, um sentimento de indignidade e conscientização da extensão de suas misérias. No entanto, esta humildade está estranhamente faltando no diário da Irmã Faustina.
Em 2 de outubro de 1936, por exemplo, afirma que supostamente "Jesus" falou estas palavras a ela: "É por isso que eu estou unindo-me a você tão intimamente como com nenhuma outra criatura." (§707, p. 288). Isso dá toda a aparência de ser uma pretensão de ser mais unida a Jesus do que ninguém, até mesmo a Virgem Maria, e certamente mais do que todos os outros santos.
A criatura que está mais unida à Deus é a Santíssima Virgem Maria que superou em amor e virtude até os Anjos. Portanto, essa fala que Faustina se refere, não é de Jesus, não veio do Céu.
Em abril de 1938, Irmã Faustina leu a canonização de Santo André Bobola e foi preenchida com lágrimas e anseios de que a sua congregação pudesse ter seu próprio santo. Em seguida, ela afirma o seguinte: "E o Senhor Jesus me disse: Não chores. Você é essa santa". (§1650, p. 583). Estas são palavras que com toda certeza nenhum verdadeiro santo iria afirmar, mas sim sua miséria e indignidade em merecer qualquer coisa.
Esta presunção em seus escritos não é isolada. Ela elogia a si mesma em várias ocasiões através das palavras supostamente proferidas por Jesus. Veja esta locução interior, por exemplo: "Amada Pérola de Meu Coração, eu vejo seu amor tão puro, mais puro do que o dos anjos, e tanto mais porque você continua lutando. Por sua causa eu abençoo o mundo." (§1061, p. 400).
São coisas ditas supostamente por Nosso Senhor a ela que não cultivariam humildade, mas sim vaidade.
É, portanto, nada surpreendente que a Irmã Faustina tenha alegado ser isenta dos Julgamentos tanto o Particular quanto o Geral.
Em 4 de fevereiro de 1935, ela já dizia ouvir uma voz em sua alma: "De hoje em diante, não tema o julgamento de Deus, pois você não será julgada" (§374, p. 168).
O conteúdo desta contra-devoção vai totalmente em desencontro com a Doutrina Católica e não há conformidade com o exemplo da santidade de vida de todos os santos da Igreja.
Há muita ênfase na misericórdia de Deus como que para excluir a Sua justiça. Nossos pecados e a gravidade da ofensa que eles infligem em Deus são deixados de lado como sendo de pouca importância, o aspecto da reparação do pecado é omitido ou obscurecido.
A verdadeira imagem da misericórdia de Deus é o Sagrado Coração de Jesus, atravessado pela lança, coroado de espinhos, gotejando o Preciosíssimo Sangue. O Sagrado Coração de Jesus exige uma devoção de reparação, conforme os verdadeiros Papas sempre solicitaram.

No entanto, este não é o caso da falsa devoção da Divina Misericórdia. A imagem não tem Coração. É um coração sem coração, sem reparação, sem o preço de nossos pecados sendo claramente evidente. É isso que faz com que a devoção seja perniciosa às nossas almas.

Este não é o espírito católico. Devemos fazer a reparação pelos nossos pecados e pelos pecados de todo o mundo, como o Sagrado Coração de Jesus pediu repetidamente. É o arrependimento dos nossos pecados, as penitências, a renovação da nossa consagração ao Sagrado Coração e a devoção ao Imaculado Coração de Maria que vão trazer a conversão dos pecadores.
É desta forma que podemos cooperar para o Seu Reino de Amor Misericordioso, porque esse é o reconhecimento perfeito da santidade infinita da Divina Majestade e completa submissão a Suas legítimas demandas. Misericórdia só significa algo quando entendemos o preço da nossa Redenção.
Na página 208, «Jesus» supostamente falou à irmã Faustina sobre a Devoção da Divina Misericórdia e supostamente instruiu-a a respeito daquilo que deve ser dito nas contas do Rosário: «Essa oração [a Devoção da Divina Misericórdia] irá servir para apaziguar a minha ira. A recitarás por nove dias, nas contas do Rosário, da seguinte maneira: Primeiro, dirás um Pai Nosso, uma Ave Maria e o Creio em Deus. Então, nas contas do Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade do Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.” Nas contas da Ave Maria, dirás as seguintes palavras: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.” Em conclusão, recitarás três vezes as seguintes palavras: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.”»17 (Sábado, 14 de Set., 1935)
Talvez o mais importante é a questão de como poderia Deus revelar uma nova devoção a ser rezada nas contas do Rosário pouco tempo após a Sua Mãe ter vindo à Fátima e em Suas aparições operar um portentoso milagre para revelar, entre outras coisas, a necessidade do Rosário?
A instrução específica dada à Irmã Faustina para a Devoção da Divina Misericórdia, de que essa deve ser rezada nas contas do Rosário, é claramente o substituto do demônio para o Rosário.
Tal devoção tornou-se popular no meio dos «católicos» carismáticos e até mesmo sem perceber, sendo utilizada como um substituto do Rosário. A Devoção da Divina Misericórdia é uma falsificação astuta que, sendo ela tradicional em muitos aspectos, serve o propósito do demônio de conseguir que esta contra-devoção seja inserida nos círculos conservadores, os quais dela se serviriam como substituto do Rosário.
Levando em consideração todas essas coisas, a devoção da Divina Misericórdia é algo a ser evitado pelos católicos. Devem ao invés fortificar a oração diária do Rosário e rezar como santa devoção todas as sextas-feiras do ano a Via-Sacra.
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